& prefácio para o fim do mundo

Título: Prefácio para o fim do mundo
Fandom: twilight
Tipo: One-Shot
Gênero(s): Drama, Angst
Pairing(s): Edward/Bella
Classificação: PG-13
Avisos: linguagem, violência.
Sumário: Sempre é um tempo demasiado longo. O silêncio no quarto de ambos propagava-se para o resto das divisões e morria quando algum deles dizia já volto e regressava apenas uma semana depois.
Disclaimer: twilight não me pertence, e ainda bem. dou todo o crédito à stephanie meyer por ter criado personagens tão made of lulz como estas. well, excepto o jacob e a rosalie que kickam ttly ass. eu apenas gosto de brincar com as personagens dela e arruinar-lhes a relação.
Nota da autora: atenção bbs, esta história é totalmente desaconselhada aos amantes da relação, porque retrata uma fase mais dark pós-transformação. por falar nisso, estou a desconsiderar totalmente o breaking dawn porque aquele livro não existe no meu canon, ktnx. além disso, cuidado com os spoilers de todos os livros. e, já que estou na onda de falar muito, experimentei aqui um novo tipo de escrita mais "brutal" e menos floreado, e não estou ainda bem familiarizada com ele. anyways, enjoy!

Para sempre ainda ecoava nos seus ouvidos, mas cada vez mais perdia a sua a credibilidade. Porque sempre (finalmente ganhara alguma noção), era provavelmente um tempo demasiado longo. Nada de boa-noite amor e cuida do meu coração, deixei-o contigo. O silêncio no quarto de ambos propagava-se para o resto das divisões e morria quando algum deles dizia já volto e regressava apenas uma semana depois.

*

Ela não sabe dizer de quem é a culpa. Três meses depois, caçadas canceladas por sua causa e um vazio no lado esquerdo do seu peito. Os seus olhos estão mais claros, de uma cor sangue aguada, mas ainda a fitam acusatoriamente sempre que passa diante de um espelho. Querem que ela se lembre do que é. A fachada engana, cabelos castanhos escuros luzidios e feições de boneca. Porque, na realidade, por dentro ela é um monstro. Ele avisou-a. De nada lhe valeu, de que vale ouvir se o amor nos cega?

Por vezes ela fecha os olhos e finge dormir para tentar apagar a dor. São as semanas seguidas sem sentir cansaço, a força do hábito querendo levá-la para a cama, tendo como sua única companheira a insónia permanente. É ligar a televisão e ver o anúncio dos seus cereais favoritos e sentir o sabor deles na boca. Uns dias torna-se mais fácil, mas quando precisa de comer (coelhos, a sua refeição preferida), tudo cai sobre si de novo, e são de novo noites e noites seguidas de fingimento.

Às vezes vê um jogo de baseball, e disfarça com um sorriso triste a lembrança de Charlie, que a julga morta. Ela imagina-o agarrado aos álbuns de infância, passando os dedos pelas fotos de uma Bella de 7 anos que dançava ballet, ou de uma Bella chorosa após o primeiro banho. Memórias de uma vida que ela deixou para trás.

E, quando quase se esquece, os olhos duros de Rosalie confrontam-na com um sonoro Eu avisei-te.

*

"Algum dia me irás perdoar"

Os dois estavam deitados na cama, pernas entrelaçadas uma na outra. A ruga de preocupação entre os olhos dele agravou-se, e ela beijou-a para tentar (em vão) suavizá-la.

"Tens de te perdoar a ti mesmo, Edward"

Ele não respondeu, a face que estava voltada na direcção dela fitou o tecto pensativa. Ultimamente o silêncio tornava-se demasiado incómodo.

"Eu sabia que te ias arrepender. Não sei no que estava a pensar quando concordei com esta loucura" a respiração desnecessária saiu-lhe entrecortada "Eu só queria... Era eu, sabes, todo este tempo, estive a pensar unicamente em mim e a negar que fui egoísta. E agora estás miserável por minha culpa."

"Sabes que isso não é verdade" a mentira tornou-se banal. Desde o início, a mentira foi-se acumulando, primeiro para proteger o segredo da família e, agora, até entre eles os dois. Ela tocou-lhe levemente na mão, mas ele não fez menção de a agarrar.

"Preciso de ir, pensar, não sei." num momento estava na cama, no outro, despenteava o cabelo e saía do quarto o quão rápido conseguia.

Ela agarrou nos lençóis e fingiu que estava ali alguém para segurá-la.

*

Queria gritar a Edward, mas nunca conseguiria. Sentia a sua voz afogar-se em si mesma e afundar-se cada vez mais fundo. Para ele, agora ela era apenas o reflexo de uma acção irreflectida sua, uma coisa que não devia ter acontecido. Dane-se o amor, o sentimento de culpa parecia ser ainda mais devastador. Por vezes ela ainda lhe tocava na mão, no braço, mas o olhar de pena que ele lhe lançava a seguir faziam-na recuar novamente. Eventualmente, ela deixou de tentar comfortá-lo. E, ao mesmo tempo, deixa de aparecer no quarto de ambos, deixando-o sozinho com as suas mágoas.

Surpreendentemente, Rosalie era a única pessoa que ela desabafava naquela casa.

"Sempre o mesmo ele, não é. Há umas décadas aconteceu-me exactamente o mesmo." penteou os longos cabelos loiros "Sabes como é, homens perdem piada após uns anos, mas ele conseguia ser incrivelmente mais entediante que todos eles com aqueles galanteios. Acabei tudo e encontrei o Emmett, pelos vistos não achou muita piada e passou todo o tempo a escrever canções e poemas. Daqui a uns meses passa-lhe"

Ela apenas acenava com a cabeça. Depois de seis meses, desistiu a espera.

*

O nome dela era Christinne. Uma humana, tal como ela fora um dia. Ele trazia o cheiro dela no casaco todas as noites após a universidade. Ela tentava ignorar. Era compreensível, o sentimento de culpa nunca desapareceu totalmente, rewind e a história começa novamente. Se ela ao menos tivesse reparado mais cedo na ânsia pelo platónico do marido.

Rosalie mantinha-a informada, já que ela preferia não arriscar, como os outros, e ficava em casa. Mas, enquanto informava o quão volátil e estúpida era a rapariga, algo na sombra do seu olhar permanecia por dizer. Ela não sabia o que era, mas suspeitava. Suspeitava desde a primeira vez que ele dissera Tenho de sair, volto mais logo.

Como ela pensara anteriormente, a história recomeçara novamente. Um cheiro apetecível, olhares trocados, seria melhor que não fosse teu amigo. Ele continuava a ser perito na mentira, como sempre. Só uma garotinha inexperiente para acreditar que ele nunca beijara ninguém, que era virgem. Tantos nomes, Clarissa, Audrey, Tanya, Rosalie.

Acontece que, ao viver um século neste mundo, tem que se aprender a usar as melhores armas.

*

Um dia, Bella não está no quarto. Nem na sala, nem em qualquer espaço da casa, incluindo a cozinha, mesmo que fosse um espaço que ela odiasse. Ele tinha acabado de chegar de uma noite fora com o novo grupo de amigos humano dele.

"Onde.." indagou a Rosalie, mas a sua interrogação não foi terminada. Os pensamentos dela não requeriam explicações: os olhos vítreos dourados, um convite para a festa de Christinne encontrado no quarto de ambos selado com um beijo de batom. As marcas de batom numa camisa nova. Os dentes de Bella sobressaindo sob os lábios num esgar de dor. Os olhos subitamente faiscantes. Depois, nada.

"Não a posso culpar pelo que ela poderá fazer" ele quase que sentia a acidez escorrendo pelas bordas da boca de Rosalie "Bela prenda de cinco anos de casamento, Edward"

Ele encontra-a quase a tempo, quando o sangue no corpo de Christinne se reduzia a uma gota.

*

Ele já não a reconhece, os olhos dela têm um brilho de maldade que nunca existira, fitando o nada atentamente como se ele se fosse perder. Não se preocupa em limpar os resíduos de sangue, prova de que aquilo não passara de um pesadelo. Mas eles não conseguem dormir, por isso não há ninguém que lhe possa dizer Dorme agora, tudo não passou de um sonho mau. Ele tenta fazer o melhor que pode.

"Tem calma, amor"

O nada continua a ser mais interessante que ele "Eles nunca vão acreditar nela, pois não? Ela vai sempre viver com o peso do que lhe fiz para sempre, não vai?"

"Shhh, ela vai ficar bem." respira fundo desnecessariamente "Vamos ultrapassar isto juntos. Eu amo-te."

"Será que sim?"

Ele não responde.

*

Um homem dos seus 40 anos fita-a em Forks, quando a família se muda novamente. Protege uma criança debaixo dos seus braços.

"Bells?" a sua voz quebra-se "És tu?"

Ela quer chorar, quer esbracejar, porque as memórias da vida humana dela já se foram e ela sente que merda, aquela pessoa era importante. O cheiro dele é insuportável, mas abraçá-lo é provavelmente a melhor opção.

*

Cinquenta anos depois, e o sabor da liberdade começa a dissipar-se.

Uau! É uma continuação que acho muito provavel!

Acho que ele iria-se fartar dela, exactamente como disseste!

Gostei muito..

OMG isto tá totalmente awesome!!!!!

fico espera atentamente de mais

Okay, eu amei.
Totally! Like, completamente mesmo!


OMFG esta mesmo muito bom! ^^